10 dezembro 2014

E não tenha dúvidas, eu sinto

Ele partiu e isso partiu a minha alma. 
Como tirar de foco, aquilo que se recusa à sumir? Como não lembrar do beijo, do cheiro, do toque, do abraço?
Fez morada em mim e depois me desfez. Esse amor é doentio, me enlouquece e me deixa febril. Esse vazio, esse espaço, esse buraco que se nega a preencher.
Eu não falo mais desse amor, desse sentimento, não em voz alta.. Porque se eu não falar, talvez ele fique em um cantinho e nunca mais volte a me incomodar.
E são em noites como essa, de chuva forte e de lua cheia, que desperta e aflora essa minha melancolia, porque me faz lembrar de nós. Que depois de um dia quente e exaustivo, vem a tempestade.. Pra refrescar, acalmar o meu espírito e deixar a minha alma em euforia. E a lua cheia, que onde quer que possamos estar, independente da distância, ela é do mesmo tamanho para ambos e ilumina a nossa estrada. 
Porque tu te faz tão presente dentro de mim, mesmo longe? Quem dera que fossem só os nossos corpos que tivessem que suportar essa distância.
Hoje em dia até nosso contato se esvaiu, nossa conexão foi cortada, teu cheiro evaporou e saudade se diluiu e virou falta. E falta a gente só sente, daquilo que não existe ou não podemos ter mais. Falta é o vazio que ecoa gritante na alma, essa alma que esperava a tua volta e desfalecia cada vez que teu corpo encostava no meu. Não sei se eu quero que tu volte, só queria que essa dor passasse.
O que adianta as tuas palavras de conforto, para eu seguir em frente, quando o meu passado ainda é presente ou melhor, quando tu ainda se faz presente?
Queria que esse texto e essa dor fossem fictícios, mas metaforicamente falando isso nem é possível, porque pra escrever um texto desses é preciso sentir e meu amor, acredite, eu sinto. 

Bárbara Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário