28 janeiro 2015

Seja a minha maior contradição

Fico ali parada, observando-o detalhadamente, devorando cada linha de expressão de seu rosto esplêndido. 
Estou a centímetros dele, só que nunca consigo alcança-lo. Está em seu próprio mundo, com os olhos perdidos em um ponto distante. Da até para imaginar o que ele está pensando, mas não me atrevo e prefiro ignorar as minhas hipóteses. 
É como se estivesse em seu pequeno foco de luz, isolado, intocável. Está dentro de sua redoma de vidro e eu não tenho licença para perturba-lo. Pelo menos não agora. Me deixa perdida, cheia de dúvidas e com medo. Por Deus, deveria ser proibido existir um homem assim. Me causa arrepios só de imaginá-lo ao meu lado. 
Tão doce e amargo. Tão meu e tão dele. Não estou preparada emocionalmente, fisicamente e espiritualmente para lidar com esse homem, seus mistérios, seu paradoxos e suas oscilações de humor.
Mas eu quero me entregar à ele e à toda essa confusão mental que ele me causa. Que me atordoa de dúvidas e ao mesmo tempo me liberta e me expande. 
É perturbador e ao mesmo tempo incrível. Quero senti-lo, beija-lo, enrolar-me em seus braços e fazer dele, a minha maior contradição.

Bárbara Martins. 

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