04 março 2015

O dia em que eu transbordei

Estou aqui do teu lado te observando dormir. A vista da janela do teu quarto agora é incrível. Estou só com a claridade da lua cheia em seu ápice e ela está bem na minha reta. 
Porque logo tu? Com tantos por ai.. Porque logo naquele dia 7 de setembro? Como chegamos até aqui? 
Estás em um sono profundo e tranquilo, me encontro no meio de duas lindas vistas, uma da tua janela com essa reluzente lua cheia e a outra, tu dormindo do meu lado. Tão calmo e doce. Tão em paz. 
Queria saber como te dizer adeus, queria imaginar como eu iria reagir à isso. Eu não estou preparada psicologicamente para ir ou te ver indo embora da minha vida, mas prefiro sofrer por antecipação pra ver se quando esse dia chegar, pelo menos não doa tanto. Tento amenizar a dor, antes de me cortar.
Não queria ter me apegado à ti dessa forma, mas aconteceu. Aconteceu tão rápido que eu não pude nem rearmar as minhas defesas. Quebrasse todas as minhas barreiras e invadisse sem pedir licença, um espaço que agora é teu. Ainda não sei explicar o que eu sinto por ti, mas é forte.
Acabasse de me proporcionar um final de semana incrível, com pessoas maravilhosas e que fizeram eu me sentir em casa. A tempos eu não me sentia tão bem. Eu estava precisando mais do que eu imaginava. Consegui ser eu mesma, ser leve, desinibida e inteira. Fui eu, na minha essência, na minha plenitude. Era um turbilhão de sentimentos por segundo e uma felicidade inesgotável. 
Tentei decorar cada detalhe do teu rosto, cada linha de expressão e aproveitar cada momento como se fosse o último. Me agarrei à cada gesto, cada sorriso e a cada sensação de conforto. Abracei por mais tempo, beijei com mais vontade e te admirei. 
Meu querido, já parasse pra pensar em como a vida é breve e em como a maioria das pessoas se reprimem por puro medo? Eu sou assim. Ou melhor, era, até te conhecer. Tu, melhor do que ninguém sabe o quanto eu tento negar a minha parte sensível, e não sou muito boa em expressar sentimentos, por isso prefiro escrevê-los. Sempre fui melhor com as palavras. Elas brotam naturalmente, tão espontâneas e gradativamente igual ao meu sentimento por ti. Gosto de ti de uma forma madura e sem pressa. 
Acredita que eu tinha saudade de ti, antes mesmo de te conhecer? Antes dos nossos destinos se cruzarem, eu já sentia falta do teu sorriso e de todo o teu jeito que encanta.
Antes eu era poesia triste e renegada, hoje cito uma história que gostaria que desse certo. 
Nesse exato momento estou com uma felicidade melancólica e nostálgica, me sinto triste de tão feliz que estou, já te sentisse assim?
Depois de todos esses dias ensolarados e cheios de calor humano, hoje é um dia em que a lacuna da tua ausência, suplica por um abraço teu e um beijo de boa noite.
Nunca quis alguém que me completasse, pois como tu sabe, já sou completa. Queria alguém que me transbordasse, e esse foi o dia, em que tu me fez transbordar.

Bárbara Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário